O poeta Manoel de Barros, morto nesta quinta-feira, dia 13, aos 97 anos, foi lembrado com carinho por amigos, escritores e iradores. Confira:

Mia Couto, escritor moçambicano

“Mais do que um poeta, foi um mestre na aprendizagem de um outro olhar, um olhar mais próximo das coisas essenciais, essas que só entendemos por via da infância. Por meio da poesia ele re-arrumou o mundo e ensinou-nos o valor das coisas que não parecem ter préstimo. Esse préstimo pode ser o simples facto de se ser pequeno, desvalido e instigador de beleza. A sua palavra foi uma espécie de microscópio para vermos o que nos ensinaram a desconsiderar. Por tudo isso, a sua vida e o seu nome não podem ser ditos no pretérito.”

Ignácio de Loyola Brandão, escritor

“Quantos sabem o que é o Idioleto Manoelês Archaico?

É o dialeto que os idiotas usam para falar com as paredes e as moscas.

Você conhece palavra desutilidade? E criançamento?

O que Manoel quer dizer quando fala: Prefiro as máquinas que servem para não funcionar.

Ou: Perder o nada é um empobrecimento.

Encantos, foi o que Manoel de Barros fez a vida inteira.

Nas sua simplicidade, singeleza, despojamento há mais temas do que tratados de filosofia.

Quanto volumes podemos escrever sobre esta afirmação: Tudo que não invento é falso.

E esta, então: As palavras me escondem sem cuidado.

Ah, Manoel, sem você vai ficar tudo tão rasteiro. Quem escreverá sobre ignoranças ou sobre o Nada com o teu jeito"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721 c-9.597,46.215-44.506,82.314-89.197,92.239l-114.805,25.493l114.805,25.494c44.691,9.924,79.601,46.024,89.197,92.238 l24.652,118.722l24.653-118.722c9.597-46.214,44.506-82.314,89.196-92.238L627.409,331.563z"/>