O ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira reafirmou, nesta quinta-feira, em São Paulo, a defesa da formação de um chapa tucana "puro-sangue" para concorrer à Presidência da República em 2006.
De acordo com Bresser Pereira, o PSDB tem condições de vencer o pleito sozinho e uma aliança pré-eleitoral poderia desfavorecer o programa de governo do candidato do partido.
"Acho que o PSDB tem condições de eleger o próximo presidente e acho melhor que ele eleja esse presidente com uma chapa fechada, pois isso permitiria que ele fizesse um programa de governo mais integrado, mais sistemático", disse, ressaltando que o ideal seria um acordo de governabilidade fechado após a decisão nas urnas.
Para ele, um pacto pré-eleitoral poderia levar a uma interferência exagerada no conteúdo programático da legenda e do eventual candidato. "O PFL, por exemplo, é um partido que eu respeito, mas é um legenda conservadora, mais liberal e que tem dado total apoio à política monetária do atual governo. Isso traria uma implicação grande, portanto", afirmou Bresser Pereira que é franco opositor da política de juros altos do atual governo.
O ex-ministro da Fazenda itiu ainda que existe uma disputa interna no PSDB, envolvendo os principais expoentes da sigla, mas afirmou se tratar de um processo saudável. "A competição natural que existe entre eles é uma competição que se realiza por eles fazerem um bom trabalho", disse, referindo-se aos governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao prefeito da capital paulista, José Serra, e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
De acordo com Bresser Pereira, atualmente, o candidato tucano com mais condições de eleger-se presidente é Serra por causa das últimas pesquisas eleitorais que o põem em boa posição frente ao presidente Luiz Inácio Lula d a Silva.
O ex-ministro reconheceu, entretanto, que o último levantamento do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) não traduz a real intenção do eleitor, que só deve ser percebida com acuidade no início de 2006.
"Essas pesquisas eu acho que não devem ser o único critério que o PSDB deve usar para escolher seu candidato, mas deve ser o principal", opinou.
