O Governo do Paraná publicou nesta sexta (06) uma resolução que coloca o estado em alerta para o enfrentamento de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). A resolução detalha medidas que os municípios devem adotar, como atendimento prioritário para pacientes com sintomas e reforço na vacinação dos grupos de risco.
E os números não são nada animadores: desde o início do ano, já foram confirmados 10.635 casos e 523 óbitos por SRAG no estado. Destes, 991 casos e 85 mortes são de Influenza. O detalhe que chama atenção? Das pessoas que morreram por gripe, apenas nove tinham se vacinado!
Comparando os dados das últimas semanas epidemiológicas, houve um aumento assustador de 43,17% nos casos hospitalizados por SRAG no Paraná. Dos 399 municípios paranaenses, 222 já registraram casos graves e 25 tiveram mortes.
“Estamos com um momento de muita pressão nas vagas de leitos hospitalares, tanto de enfermaria quanto também de UTIs em todo o Estado”, alertou o secretário de Saúde, Beto Preto.
Para tentar conter essa onda de infecções, a Sesa está investindo R$ 800 mil na compra de 100 mil testes rápidos do IBMP para detectar Influenza A, B e Covid-19. Esses testes serão distribuídos para UPAs, hospitais e UBSs em todo o estado.
“Usar esse teste rápido possibilita o profissional de saúde entrar antecipadamente com o esquema terapêutico com medicação do oseltamivir (tamiflu), auxiliando na recuperação dos pacientes”, explicou Beto Preto.
Na semana ada, a Sesa autorizou a abertura de 58 novos leitos nas regiões de Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. Segundo a Regulação Estadual, o Paraná ainda tem capacidade para abrir pelo menos mais 200 leitos, sendo 50 de UTI e 150 de enfermaria. Atualmente, a taxa de ocupação está em 88% nas UTIs e 62% nas enfermarias.
Os dados mostram que os mais vulneráveis estão sendo os mais afetados. Em 2025, houve aumento de 14,12% nas internações de crianças até cinco anos e 19,66% nos idosos acima de 60 anos, em comparação com 2024. Quase 80% dos pedidos de internação são para esses dois grupos.
E a vacinação? Bem, os números não estão nada bons. A cobertura geral da vacina contra gripe está em apenas 42,11% entre idosos, crianças e gestantes – muito abaixo da meta de 90%. Entre os idosos, 46,03% foram vacinados; crianças, apenas 33,74%; e gestantes, míseros 30,83%. O estado já recebeu e distribuiu 4.188.000 doses este ano.
O boletim de monitoramento viral mostra que, das amostras processadas recentemente, 47,9% tiveram resultados positivos para vírus respiratórios. Além da Influenza, a Covid-19 continua circulando, com 14.600 casos e 94 óbitos registrados desde dezembro de 2024.
