O governador Roberto Requião preferiu não se pronunciar ontem sobre a ameaça do PT de formalizar hoje o fim da aliança com o PMDB no Paraná.
"O governador vai esperar a decisão do PT", afirmou o assessor especial Benedito Pires, referindo-se ao encontro do diretório estadual que será realizado hoje em Curitiba e que irá decidir sobre a continuação do compromisso de apoio feito na campanha eleitoral de 2002.
Se o PT decidir romper o acordo e seus nove deputados seguirem a decisão, a base de apoio de Requião na Assembléia Legislativa fica reduzida a pouco mais de vinte deputados – 11 do PMDB e alguns votos avulsos de outros partidos – bem menos que a maioria simples do plenário.
Responsável pela articulação do governo com a Assembléia Legislativa, o chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, disse que o PT não tem motivos para se distanciar do governo Requião. Nem mesmo as críticas feitas por Requião ao governo Lula se constituem em razão suficiente para que o PT deixe a base do governo do PMDB, no Paraná, argumentou o secretário da Casa Civil. Para Quintana, as críticas são dirigidas somente à política econômica e não deveriam interferir nas relações entre Requião e o PT do Paraná, já que são feitas até mesmo dentro do próprio partido do presidente da República.
Quintana disse que a defesa feita pelo PMDB do Paraná na convenção nacional do PMDB, realizada em Brasília no final da semana ada, foi de afastamento do governo federal e não de rompimento. "A decisão da Executiva Nacional do PMDB foi majoritariamente de afastamento do governo federal e de entrega de cargos por parte dos peemedebistas. Não é uma ruptura, mas sim, uma forma de manter uma posição crítica", justificou.
O projeto de lançar um candidato a presidente da República foi preponderante na decisão tomada pelo PMDB, disse Quintana. Segundo o chefe da Casa Civil, a sucessão presidencial pesou mais do que as divergências entre os dois partidos.
"O motivo desta decisão é permitir ao partido ter liberdade para pôr em prática seus planos de ação política, econômica e social e para preparar nomes para a disputa à presidência da República, mantendo a ética de não estar fazendo parte do governo, ao tempo que está articulando um candidato que enfrente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006", disse Caíto Quintana, frisando que seria uma incoerência apoiar o governo e trabalhar por uma candidatura própria.
Ao contrário do que pregou o PMDB no plano nacional, quando defendeu a saída dos ministros do governo, Quintana acha que a situação é diferente no estado. "O PMDB está propondo afastar-se do governo federal. O que no governo do Estado não quer dizer que o PT precise sair da istração estadual. São políticas diferenciadas", afirmou.
Estradas terão R$ 700 milhões
O governador Roberto Requião reafirmou anteontem à noite, durante a posse da nova diretoria do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar), que o governo pretende investir R$ 700 milhões na recuperação e recapeamento das estradas em todo o Paraná. "Quero expandir essa cifra para R$ 800 milhões e recuperar 95% da malha viária do Estado", afirmou. Nos dois primeiros anos, acrescentou, o governo utilizou R$ 197 milhões para a melhoria das rodovias.
Na mesma solenidade, Requião voltou a dizer que a luta contra o alto valor do pedágio e pelo desenvolvimento continua. "O governo não afrouxa e não desiste da situação do pedágio. Eu tenho um compromisso com o povo, e é esse contrato que não pode ser mudado."
Requião apontou como uma vitória do setor a possibilidade de adoção pelo governo federal do modelo de pedágio de manutenção. Ele explicou que, desta forma, as obras mais caras ficam sob a responsabilidade do Estado e a cobrança do pedágio é feita apenas para cobrir os serviços de manutenção. "Essa é uma idéia que surgiu aqui no Paraná e que tem um funcionamento mais justo", afirmou.
Porto
Os cerca de 5 mil trabalhadores avulsos que prestam serviços no Porto de Paranaguá receberam ontem do governador o apoio na luta para que a categoria consiga do INSS aposentadoria especial. Requião almoçou em Paranaguá com representantes de seis sindicatos e cooperativas de trabalhadores portuários e, ao ouvir o pleito, disse que a aposentadoria antecipada é uma luta justa.
Logo após o almoço, o governador telefonou para o ministro da Previdência, Almir Lando, com quem reforçou o apelo dos portuários. O ministro vai verificar no INSS em Brasília os motivos pelos quais a aposentadoria não está sendo concedida.
Movimentos forçam mudanças
Não são os partidos políticos, mas sim os movimentos sociais que atuam como a grande força propulsora das mudanças no país. Este foi o ponto comum de todas as intervenções feitas pelos convidados da mesa redonda "O que é ser Esquerda hoje, no Movimento Social"M627.409,331.563L512.604,306.07c-44.69-9.925-79.6-46.024-89.196-92.239L398.754,95.11l-24.652,118.721
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